terça-feira, 30 de outubro de 2007

Educação ou Estratégia de Marketing?


Algum tipo de publicidade tem vindo a desenvolver-se, com o objectivo de educar a população a olhar para o conceito de beleza de outra forma.
No link temos uma publicidade referente a uma marca da Unilever, que tenta educar o consumidor de uma forma mais chocante e original.
Apesar de educar, não será uma hipocrisia a marca promover comportamentos com este tipo de publicidade?
O que acham?

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

A Ciência e a Nutrição


No mercado existem inúmeros produtos suplementados em ómega-3, em antioxidantes, fibras, bactérias vivas, etc. Muitas vezes, a acompanhar esta informação temos um nutricionista a explicar os benefícios destas adições, o que leva a que haja a ideia que devemos substituir os alimentos ditos "normais" pelos deste tipo, o que não é necessariamente verdade. Não estamos com isto a dizer que estes alimentos não possam ser utilizados. Existem situações em que alimentos enriquecidos podem ter uma enorme utilidade, por exemplo, o caso dos produtos suplementados com DHA (um tipo de ómega-3).
O nutricionista vê-se numa posição difícil no que diz respeito à recomendação do consumo de peixe a grávidas. Por um lado, a evidência diz-nos que o peixe contém elevados níveis de ómega-3 que são essenciais à formação do sistema nervoso do bebé; por outro, tem que se alertar a grávida que, consumindo grandes quantidades de peixe, corre o grave risco de sofrer de toxicidade de mercúrio (principalmente por alguns tipos de peixe), que pode levar a graves danos no feto, a partir de determinadas concentrações. Aqui, o nutricionista poderá ser da opinião que vale a pena a mulher, durante esta fase, consumir produtos suplementados com ómega-3. (Saiba mais acerca deste assunto, lendo esta notícia recente, U.S. agencies stick to pregnancy fish-eating limits).
Em resumo, a ciência torna-se num grande suporte para o nutricionista, que avalia todo um conjunto de informações com o objectivo de ser claro e concreto na sua intervenção diária.

O Dilema


A informação tem acompanhado os passos da ciência e do tempo. Como tal, o que podemos afirmar hoje, amanhã pode não ser verdade. Deste modo, nasce daqui uma questão pertinente: quem divulga esta informação e por quem é feita? Na verdade este é um dos dilemas do nutricionista, vendo-se envolvido numa dúvida ao comunicar informação nutricional a partir dos seus próprios estudos ou de estudos realizados por outros. Daí ter que apresentar um sentido crítico apurado, pois qualquer que seja a divulgação realizada, na maioria das vezes, leva a uma alteração do consumo de determinado produto ou alimento. Isto tem-se verificado em muitas marcas que usam o nutricionista como divulgador dos benefícios nutricionais do produto, como forma de o publicitar e, assim, aumentar a sua compra.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

O "poder" da escolha...


Quando nos alimentamos não temos em conta, pelo menos conscientemente, do impacto da publicidade no nosso poder de escolha.
Verificam-se, hoje em dia, duas correntes que tentam analisar o nosso consumo alimentar:


Corrente funcionalista: diz que o que comemos, hoje em dia, advém das experiências realizadas com os alimentos, pelos nossos antepassados. Isto é, aqueles alimentos que nos deram maior probabilidade de sobrevivência continuaram a ser consumidos. Portanto, consumimos os produtos que nos trazem maior benefício, através do conhecimento funcional que temos deste.

actimel ad

danone ad

Corrente estruturalista: diz que o que comemos, hoje em dia, tem a ver com o nosso ser social. Ou seja, a sociedade influencia as nossas escolhas individuais desde, por exemplo, o número de refeições diárias até ao tipo de alimentos consumidos nessas refeições. Temos o caso de um grupo de adolescentes, em que as suas escolhas alimentares são niveladas pelos seus elementos (aumento de consumo de refrigerantes, snacks calóricos,…).

Pepsi Football Commercial 2004 - Medieval Footballers

Martini George Clooney Commercial

Apesar de serem duas correntes bastante distintas, na publicidade verifica-se, muitas vezes, um equilíbrio racional entre elas (como se pode ver no spot publicitário).



terça-feira, 2 de outubro de 2007

ComunicArte


“O peixe faz bem ao cérebro”; “o chocolate engorda”; “a cenoura faz bem aos olhos”; “a fruta é rica em vitaminas” (…), estas são várias expressões que ouvimos desde os tempos mais remotos.
O Homem foi, desde sempre, transmissor e receptor de mensagens sobre a alimentação. Mas quais as razões para que tal aconteça?
“Somos o que comemos”, outra frase por muitos pronunciada, demonstrando assim a relação directa, mais que constatada, entre os alimentos que ingerimos e aspectos como, a nossa constituição física, o nosso estado de saúde e até a nossa personalidade…
A comunicação sobre a alimentação surgiu, primeiramente, como forma de protecção e desenvolvimento da espécie humana. Hoje em dia, estes aspectos já não são tão pronunciados, destacando-se a promoção de alterações de hábitos alimentares, com o propósito de prevenir ou retardar o aparecimento de patologias degenerativas. Deste modo, verificou-se um “boom” de informação sobre os constituintes dos alimentos e das suas propriedades funcionais, muitas vezes não compreendidas pela população em geral.


Nutricionista como descodificador……

O Homem como ser curioso, sempre teve uma preferência pela descodificação do desconhecido, criando mitos como forma de resolução de situações enigmáticas. No que respeita à alimentação, esta tem sido um dos campos onde se tem evidenciado um grande número de mitos:

- “Beber água emagrece”;
- “A fruta não engorda”;
- “O azeite é saudável, logo posso utilizá-lo na quantidade que me apetecer”;
- “Laranja de manhã é ouro, à tarde é prata e à noite mata”;
- “ Melancia água fria, melão vinho tostão”;

Cabe assim ao nutricionista clarificar e corrigir estas noções do senso comum, de forma a alterar hábitos alimentares, que até serem esclarecidos podem ser nocivos. Daí a grande importância da comunicação em alimentação e do nutricionista como comunicador.